Conclusão
A realização deste trabalho permitiu-nos chegar as seguintes conclusões:
- O problema da possibilidade e origem do conhecimento envolve duas teorias que procuram responder a esta questão: racionalismo, defendida por Descartes, e o empirismo, defendida por Hume. No entanto, apesar de ambas tentarem responder ao mesmo problema, diferem em vários aspectos.
- Quanto á origem do conhecimento, enquanto Descartes afirma que a razão é a fonte do conhecimento verdadeiro, independentemente da experiência, Hume contraria dizendo que todo o conhecimento procede da experiencia e todas as ideias acabam por ter uma origem empírica.
- Para Descartes, o verdadeiro conhecimento obtêm-se através das ideias inatas, mediante a intuição, sendo um ato de apreensão directa e imediata de noções simples evidentes, e a dedução, referindo-se ao encadeamento da intuição, envolvendo movimento de pensamento.
- Para Hume, o verdadeiro conhecimento baseia-se nos princípios da associação de ideias: a semelhança, a contiguidade no tempo e no espaço, e a causalidade.
- Segundo Descartes, ao utilizarmos a dúvida e depositarmos inteiramente confiança na razão – dogmatismo, conseguiríamos obter aquilo a que chamamos de conhecimento. Ou seja, este filósofo, adoptava um ceticismo metódico.
- Segundo Hume, a realidade a que temos acesso reduz-se ao âmbito das perceções, ou seja, a capacidade cognitiva do entendimento humano limita-se ao âmbito provável – ceticismo.
- Descartes afirma que Deus é o fundamento do ser e do conhecimento. Enquanto, Hume afirma que não temos impressões de Deus, ou seja, não se pode afirmar a existência de qualquer fundamento metafísico do conhecimento.
Num modo fundamentado: a teoria de Descartes defende que a origem do conhecimento está no racionalismo, o qual envolve métodos e que a possibilidade do mesmo está patente no dogmatismo. A teoria de Hume defende que a origem do conhecimento está no empirismo, que envolve fenómenos e que a possibilidade do mesmo está patente no ceticismo metafísico.