Empirismo

 

    Descartes atribuía um grande valor à razão e ao conhecimento a priori, considerando que não só é possível o conhecimento, como existem fundamentos sólidos que garantem a sua objectividade. Ao contrário deste filósofo, Hume pensa que a capacidade cognitiva do entendimento humano é limitada, não existindo nenhum fundamento metafisico para o conhecimento.

    Ao racionalismo de Descartes, para quem a razão é a fonte do conhecimento verdadeiro, opõe-se o empirismo de Hume, para quem todo o conhecimento deriva da experiência, tendo todas as crenças e ideias uma base empírica, até as mais complexas.

    Sendo assim, o empirismo deriva do grego “empeiria”, ou seja, experiência sensorial, e define-se pela corrente filosófica que defende que é a experiencia, isto é, o conjunto das sensações ou impressões, que está na origem daquilo a que chamamos conhecimento. Logo, não existem ideias, conhecimentos ou princípios inatos.

 

    O empirismo de Hume é então, caracterizado por:

  • Todo o conhecimento de factos depende da experiência;

  • Todas as nossas ideias derivam directa ou indirectamente de impressões sensíveis, ou seja, as nossas ideias são cópias das nossas impressões;

  • Uma ideia só tem objectividade se for possível indicar o princípio de cópia, ou seja, a relação entre ideias simples e complexas, pois não há ideias inatas;

  • O nosso conhecimento do que acontece no mundo, não pode basear-se em algo que não faça parte do mundo;

  • Os conhecimentos de questões de facto (do que acontece no mundo) consistem em descobrir as causas de certos efeitos, mas a ideia de causa (conexão necessária entre fenómenos) não obedece ao princípio da cópia, ou seja, não temos nenhuma impressão sensível dessa conexão, mas unicamente a conjunção e sucessão temporal de acontecimento;

  • Todo o conhecimento depende da experiencia e a esta se limita, mas nenhuma verdade objectiva podemos alcançar acerca dos factos.