Princípios fundamentais da relação entre Ideias e Impressões

 

    Da interligação de ideias resultam, assim, os nossos conhecimentos, que Hume prefere chamar crenças. As crenças são fruto de processos associativos, consolidados e fortalecidos pelo hábito, não tendo, portanto, fundamento e natureza racional, como Descartes e outros racionalistas pretendiam.

    Segundo David Hume, o que distingue crenças (conhecimento) das ficções da imaginação reside no facto de as crenças procederem de uma associação repetida e constante entre impressões e ideias.

    O conhecimento é, assim, a crença que formamos e que é justificada pelo facto de as nossas experiências a consolidarem e confirmarem. É esta, em termos breves, a explicação de Hume sobre a origem, processo de formação e natureza do conhecimento.

    Os princípios associativos são:

  • Semelhança: quando por exemplo compramos pão e nos pergunta-mos se não precisaremos também de sumo.
  • Contiguidade no espaço e no tempo: quando por exemplo procuramos um livro na estante do escritório.
  • Causalidade: quando colocamos a água ao lume na convicção de que vai ferver.

 

    Assim, o que distingue a crença da ficção é o sentimento que acompanha a primeira e que se encontra ausente na segunda e que impede a aceitar a crença como justificada porque confirmada pela experiencia e pelo hábito.